Serra acaba
com departamento de cooperação para combate à fome
A CGFome foi criada em 2004 como desdobramento do programa Fome Zero,
iniciativa de 2003 do governo Lula para combater a fome e a miséria no Brasil e
no mundo
14/09/2016 11h02 - atualizado às
11h06
O Itamaraty extinguiu a Coordenação-Geral de Cooperação Humanitária e
Combate à Fome (CGFome), órgão criado em 2004 para coordenar ações do governo
brasileiro de combate à fome no âmbito internacional. A informação foi revelada
pelo jornal O Globo, nesta terça-feira (13), e confirmada por Opera Mundi.
A reportagem de Opera Mundi tentou entrar em contato com a CGFome
por meio dos telefones que continuam disponíveis no site oficial do órgão, mas
não foi atendida. A reportagem ligou então para diversos números disponibilizados
no site do Ministério e foi atendida pela Ouvidoria Consular, que afirmou que a
CGFome foi de fato extinta há cerca de dois meses.
Procurada por Opera Mundi, a assessoria do Itamaraty disse que a
“extinção da Coordenação se deu no âmbito da reorganização administrativa e
redistribuição de competências do Ministério das Relações Exteriores (MRE),
refletidas no Decreto 8.817, de 21 de julho de 2016 e decorrentes do Decreto
8.785, de 10 de junho de 2016, que determinou o enxugamento da estrutura e a devolução
de 46 cargos em comissão do MRE”.
A assessoria do Itamaraty afirmou que as funções realizadas
anteriormente pela CGFome “foram atribuídas a outras unidades do MRE a fim de
se manter a continuidade, sendo as operações de cooperação humanitária
assumidas pela Agência Brasileira de Cooperação e as atividades de coordenação
política assumidas pela Divisão de Temas Sociais”.
A CGFome foi criada em 2004 como desdobramento do programa Fome Zero,
inciativa de 2003 do governo Lula para combater a fome e a miséria no Brasil. O órgão promovia o combate à
fome no cenário internacional a partir da experiência brasileira, tratando das
ações de cooperação humanitária internacional do governo.
Em junho, o Ministério das Relações Exteriores já havia exonerado o
diplomata Milton Rondó Filho, coordenador-geral de Ações Internacionais de
Combate à Fome da Secretaria Geral de Relações Exteriores, após ele ter enviado
em março uma série de telegramas a embaixadas e representações brasileiras no exterior
alertando para a possibilidade de um golpe de Estado no Brasil.
Na época, o Itamaraty afirmou que as mensagens haviam sido enviadas sem
autorização superior. Buscado por Opera Mundi na ocasião para esclarecimentos
com relação à exoneração de Rondó, a pasta informou que se trata de
“substituição natural de um ocupante de cargo em confiança, e da movimentação
habitual de membro do Serviço Exterior Brasileiro”.


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