De acordo com o vereador Fernando Lucena, a celebração acontece no dia 20 de novembro por marcar, em 1695, a morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e um dos principais nomes da resistência negra na luta contra a escravidão. O parlamentar, inclusive, é autor do projeto de lei que instituiu em 2014 o feriado municipal do Dia da Consciência Negra aprovado pela Câmara e sancionado pela Prefeitura. Porém, entidades empresariais recorreram à Justiça e conseguiram suspender o feriado.
"Nunca vamos desistir! A palavra de ordem aqui é resistência! Vamos é criar a Semana da Consciência Negra na capital potiguar para mostrar a luta e a reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira através de uma agenda de debates, caminhadas, apresentações artísticas e culturais. Nossas políticas públicas precisam estar ativas e presentes para apoiar todas as ações que valorizem a nossa história”, reforçou Lucena.
Em seu discurso, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, vereadora Natália Lula Bonavides (PT), lembrou que o racismo é um elemento da estrutura social brasileira. "Trata-se de uma questão que afeta milhões de mulheres e homens que todos os dias sofrem na pele a limitação de direitos que acontece por causa desse problema estrutural".
A desigualdade no Brasil, além de enorme, tem um forte componente racial. É o que mostram os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2015, os negros e pardos representavam 54% da população brasileira, mas sua participação no grupo dos 10% mais pobres era muito maior: 75%. No grupo do 1% mais rico da população, a porcentagem de negros e pardos é de apenas 17,8%.
“Reconhecimento, empoderamento, negros e negras qualificados, igualdade de oportunidades, este é o cenário que buscamos para o futuro", pontuou Miguel Salustino de Lima, um dos homenageados da noite, que é mestre em física pela UFRN e professor da rede pública.
Outra biografia homenageada foi a de Marília Negra Flor, candomblecista, afroempreendedora, idealizadora da Mãe Preta Moda e Cultura Afro, cantora, compositora e integrante da Nação Zamberacatu. "Essa iniciativa da Câmara é importante porque reconhece histórias de personalidades e movimentos sociais que lutam diuturnamente por uma sociedade mais justa e demarca um espaço de luta, especialmente em um momento político no qual o povo negro tem suas pautas e até mesmo existência ameaçadas", concluiu.
Texto: Junior Martins
Fotos: Verônica Macedo
Fotos: Verônica Macedo
Publicado por Diassis OLIVEIRA
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